Em mais um ato de mobilização pela reestruturação do Incra e por reconhecimento salarial diante das carreias do Governo Federal, os servidores do Incra em Goiás pararam todas as atividades do órgão nesta terça-feira (7). Essa paralisação total dos serviços por 24 horas está programada para ocorrer nas 28 superintendências regionais do Incra que estão em greve desde o mês de junho.
Em Goiânia, os servidores estão em vigília dentro da sede da Superintendência, localizada no Setor Santa Genoveva. Pela manhã, dedicaram o tempo ao estudo da proposta de fortalecimento e reestruturação do Incra. Esta proposta, elaborada pelo ex-presidente do Incra, Celso Lacerda, foi enviada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) no mês passado.
Para o almoço coletivo, que será servido no pátio da instituição, os servidores terão cassoulet, prato francês semelhante à feijoada. No final do dia, serão brindados com um happy hour e música ao vivo.
Entenda o porquê da greve
Embora responsável pela produção de 70% dos alimentos servidos aos brasileiros diariamente, a agricultura familiar e reforma agrária não tem recebido atenção do Governo Federal. O quadro funcional do Incra não recebe aumento real desde 2007 e, se comparado a carreiras afins do próprio Executivo, a diferença de vencimentos ultrapassa 500%. Assim como nos outros estados, Goiás também está com déficit de servidores para criar, desenvolver e fiscalizar as áreas da reforma agrária no Estado.
Muitos dos servidores da ativa estão a caminho da aposentadoria e o Governo não está sinalizando com a realização de concurso público com vagas suficientes para suprir as demandas do Instituto, criado há 42 anos. A carreira, quando comparada a outras do Executivo Federal, desestimula a permanência do servidor no Incra, que somente em Goiás possui mais de 280 assentamentos, totalizando 13 mil famílias.
