As reivindicações salariais e de reestruturação do Incra/MDA, serviram para aprofundar as discussões sobre a importância da gestão agrária no Brasil durante a greve unificada 2012. Na última semana, Frei Sérgio Görgen, e os advogados Jacques Alfonsin e Marcelo Cunha conversaram com os servidores sobre conformação social brasileira, reforma agrária e a situação do serviço público federal. As atividades contaram com a participação de grevistas e não grevistas demonstrando demanda generalizada sobre esses temas.
Na sexta-feira (3/07), um almoço de confraternização teve a presença do dirigente nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Frei Antônio Sérgio Görgen. Durante o evento, o religioso declarou apoio à greve do Incra/MDA por considerá-la justa. Frei Sérgio lembrou que, embora muitas vezes seja burocrático, o trabalho dos servidores públicos ajuda a resolver problemas crônicos da sociedade, como fome e falta de moradia, e precisa ser valorizado.
No dia anterior (2/08), o movimento paredista recebeu o advogado Jacques Alfonsin, procurador aposentado do estado do Rio Grande do Sul com atuação em causas envolvendo movimentos sociais, que refletiu sobre legislação e a estrutura social brasileira. Incorporando humor às críticas, o advogado defendeu que a propriedade da terra só é legítima na medida em que satisfaz o bem coletivo e condenou a defesa indiscriminada da propriedade privada. “O privatismo envolve de tal forma a cultura ideológica do poder público que não deixa ver os direitos humanos fundamentais”, afirmou o jurista.
Para o advogado, o orçamento público reflete as prioridades do Estado, quando este Estado é omisso em satisfazer as necessidades da população, o povo toma para si a responsabilidade de defender seus interesses. Nesse sentido, a greve Incra/MDA é uma resposta à falta de investimento em reforma agrária com reflexos na desvalorização dos profissionais do setor.
Já na quarta-feira (31/07), o também advogado Marcelo Garcia da Cunha, que atua no escritório contratado pelo Sindicato dos Servidores Federais/RS (Sindiserf), falou sobre assédio moral, direitos fundamentais e desvios de função no serviço público.
