DIA 11 DE JULHO: SERVIDORES DO INCRA TAMBÉM ESTÃO NA LUTA POR MUDANÇAS!

As últimas semanas foram marcadas por uma explosão de manifestações populares, que surpreenderam não só as representações dos governos federal e estaduais, mas também os próprios partidos, centrais sindicais e analistas políticos em geral.

 

Justamente em um período em que a propaganda oficial (vindo do governo ou da própria grande imprensa) destacava a transformação do Brasil em um grande “país classe média”, e a as seguidas “aprovações recorde” dos últimos presidentes da República, a realidade material conseguiu falar mais alto e mais forte que todos os indicadores ilusórios que tentam criar um grande consenso na sociedade e jogar para debaixo do tapete os problemas crônicos e estruturais da sociedade brasileira.

 

Se o grande volume de crédito “fácil” empurrado para os trabalhadores brasileiros permitiu a aquisição de geladeiras, TVs LED e mesmo do carro zero, em parcelas (e juros) a perder de vista, dando a sensação de uma melhora no padrão de vida em relação a duros períodos anteriores, o endividamento generalizado que compromete um percentual cada vez maior do salário mensal, a continuidade ou mesmo piora no precário acesso aos serviços públicos essenciais a vida da população trabalhadora (saúde, educação e saneamento básico, por exemplo) e o agravamento da já caótica realidade urbana nas capitais e grandes cidades brasileiras (violência, péssimos transportes coletivos, engarrafamentos, etc.), não deixam dúvidas de que a satisfação social não é tão verde amarelo quanto se pinta.

 

Deixando ainda mais explícito a natureza do regime econômico-político em que vivemos e as prioridades inegociáveis do Estado brasileiro, o governo federal não teve dúvidas em priorizar bilhões de reais para empréstimos a grandes empresas que garantirão a “infra-estrutura” necessária a Copa do Mundo e as Olimpíadas, ainda que neste mesmo período morram pessoas nas filas dos hospitais públicos e que mais de 85% das crianças brasileiras de 0 a 3 anos estejam fora das creches[1].

 

Esse conjunto de fatores ajudou a colocar em movimento um número expressivo de estudantes e trabalhadores em todo o país, tendo como estopim não só a luta contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, mas também a brutal repressão da Polícia Militar sobre as manifestações na capital paulista e no DF.

 

É bem verdade que parte da classe dominante tenta conduzir a pauta das manifestações de forma oportunista para impedir que elas enfrentem as reais causas dos problemas sofridos pelos trabalhadores brasileiros, pois querem manter exatamente tudo como está. Porém os rumos dessa imensa mobilização ainda estão em aberto e aqueles que realmente lutam por transformações sociais, continuam apostando na força das ruas e cobrando pelas demandas mais latentes da população trabalhadora de nosso país.

 

Como trabalhadores do serviço público, não estamos à parte do que acontece com o conjunto de nossa classe! Não é por acaso que a parte do funcionalismo público federal que tem em suas atribuições atender diretamente a classe trabalhadora, está entre os piores salários do serviço público, com verdadeiros remendos em forma de planos de carreira, muitas vezes em péssimas condições de trabalho e quase sempre com péssimas gestões atuando como “dirigentes”. Não é coincidência que os servidores do Ministério da Saúde, Previdência Social, Trabalho e Emprego, Cultura, Educação, Desenvolvimento Agrário, FUNASA, FUNAI e INCRA estejam com situação semelhante.

 

Por outro lado, as consideradas carreiras “típicas de Estado”, que em geral têm suas atribuições relacionadas diretamente com os interesses de setores dominantes política e economicamente em nossa sociedade (o que não é nenhum demérito para os servidores destas carreiras, é apenas uma constatação de quem o governo prioriza), tiveram sua remuneração elevada em percentuais expressivos, sendo devidamente estruturadas (mesmo nos ditos momentos de crise econômica, como foi o caso da carreira de Fiscal Federal Agropecuário do Ministério da Agricultura que em 2008 recebeu um reajuste significativo).

 

Portanto, mais do que legítimo, a CNASI entende que é NECESSÁRIO engrossar o caldo das manifestações enquanto TRABALHADORES DO INCRA ORGANIZADOS, apresentando as nossas demandas específicas, gerais e socializando a realidade de nossa categoria com o conjunto dos trabalhadores para ajudar na compreensão de que nossos problemas são semelhantes, pois fazemos parte da mesma classe!

 

Dando prosseguimento as atividades unificadas, nesta próxima quinta-feira, dia 11 de julho, várias entidades convocaram um Dia de Mobilização Nacional. Ainda que exista uma tendência de arrefecimento das mobilizações em relação à contundência que tiveram no mês de junho, temos que fazer a nossa parte para que o sentimento da necessidade de mudanças não se apague!

 

Contribuir no dia nacional de mobilização (11 de julho), não quer dizer apenas participar de um Ato Público conjunto com outras entidades e pessoas. Em nossa avaliação, o mais importante é organizarmos ações de impacto em nossos locais de trabalho, dialogando com o maior número de servidores possível, buscando aumentar a nossa força para o atendimento de nossas demandas.

 

Trabalhar uma pauta comum, com nossas principais demandas é importante para dar visibilidade às mesmas, mas incluir as necessidades e problemas locais que pipocam em cada SR também é necessário!

 

Por isso, DIA 11 DE JULHO, OS SERVIDORES DO INCRA ESTÃO NA LUTA POR:

 

  1.  Campanha salarial 2013:

 

1.1   Que o MPOG reabra já as discussões sobre reestruturação das carreiras do INCRA, interrompidas unilateralmente em 2013, atendendo ao previsto no Termo de Acordo firmado em 2012!!!

1.2   Pela instituição de Gratificação de Qualificação (GQ), com valores entre R$ 929,46 e R$ 1.592,18 para todos os servidores do INCRA NM e NA, que tenham formação Superior!!!

1.3   Pela instituição de Retribuição de Titulação (RT), com valores entre R$ 1.592,18 a R$ 2.706,40 para todos os servidores do INCRA NS que tenham títulos de Pós Graduação!!!

1.4   Pela instituição da Gratificação de Localidade (GL), com valor de R$ 1.500,00 para todos os companheiros e companheiras do INCRA que trabalhem na região da Amazônia Legal e faixas de fronteira!!!

1.5   Antecipação da parcela prevista no acordo para 2015 para janeiro de 2014, uma vez que os índices de inflação previstos para o período superam a estimativa da época da negociação feita em 2012!!!

1.6   Que o MPOG dê continuidade as negociações e estudos visando a equiparação das carreiras do INCRA a órgãos correlatos, uma vez que desempenhamos funções de atribuição e importância similares

1.7   Pela anistia dos dias parados na greve em 2012! Greve é um direito conquistado e os trabalhadores que exercem este direito não podem ser penalizados!

 

  •      2 .Saúde do Servidor
  • 2.1   Contra o desmonte da FASSINCRA e dos Planos de Autogestão!

    2.2   Que o Governo Federal, MDA e INCRA, busquem reais soluções para os problemas que a FASSINCRA passa hoje, pois a saúde dos trabalhadores do INCRA influencia diretamente em sua missão institucional e é de responsabilidade do Estado!

     

  •     3.Anulação da Reforma da Previdência comprada pelo Governo em 2003 que prejudicou os aposentados e nossa aposentadoria!!!
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    Direção da CNASI

    (material atualizado às 16h21min, de 09.07.2013)


    [1] Censo Escolar 2012 (INEP). Ainda que o fornecimento de creches públicas seja uma atribuição municipal ou estadual, este dado demonstra a situação de penúria da população trabalhadora em relação dos serviços públicos no Brasil

     

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