De Norte a Sul, Leste a Oeste o Incra e MDA – com suas superintendências, unidades avançadas e delegacias– tiveram as atividades paralisadas em algum grau por conta da adesão de milhares de servidores da autarquia e do ministério ao Ato Nacional convocado por 31 entidades que compõem o Fórum Nacional da Campanha Salarial de 2012, entre elas a Condsef e a CUT.
A paralisação ocorreu no dia 28 de março de 2012 e foi histórica porque uniu técnicos, analistas e peritos do Incra, bem como profissionais do MDA em um ato de abrangência nacional. A data é histórica ainda pelo fato de nela ter ocorrida a primeira ação conjunta convocada pelas entidades representativas – Cnasi, Assinagro e AsseMDA (Associação Nacional dos Servidores do MDA) –, que decidiram fazer luta única na negociação remunerativa com o governo, tendo como referência o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – nos cargos de Fiscal Federal Agropecuário (para nível superior), Agente de Atividade Agropecuária (para nível intermediário) e Auxiliar de Laboratório (para auxiliar).
Na data de 28 de março ocorreu ainda, em Brasília, a 5ª rodada de negociações com o governo e uma marcha com participação de milhares de servidores de diversos órgãos federais. Os servidores do Incra e MDA – por meio das 
associações locais e a representação da Assinagro e da AsseMDA, ou mesmo de forma individualizada –, se associaram aos sindicatos em seus estados e movimentos sociais defensores da reforma agrária para a viabilização do ato nacional.
No Rio Grande do Sul houve êxito completo com a total paralisação das atividades na regional da autarquia, apesar de haver no mesmo dia uma ocupação, pelos movimentos sociais, do prédio onde está a sede do Incra no Estado. A direção da Assincra/RS e demais servidores aproveitaram para compartilhar com os integrantes dos movimentos sociais as pautas da categoria. Segundo a direção da Assincra/RS, a luta, se dá politicamente (como tudo no País), sendo que o convencimento de deputados, senadores ou qualquer outro ente politico é um dos principais instrumentos. Assim, nos dias anteriores à paralisação, a associação fez contatos com todos os parlamentares da base do governo e de fora dela. Houve ênfase no contato com assessores do ministro do MDA, Pepe Vargas, que é gaúcho.
Em Alagoas a paralisação foi completa, pois na data estava havendo o Encontro Estadual dos Servidores do Incra no Estado, promovido pela Cnasi e Assincra/AL. A participação no evento e consequentemente na paralisação foi plena, ficando o Incra sem atividades na data. Até a própria superintendente do Incra/AL, Lenilda Lima da Silva, participou do
Encontro, no qual defendeu que a instituição tenha orçamento e estrutura condizentes com suas atribuições.
No Amapá paralisação foi total também. Os servidores suspenderam as atividades durante toda a quarta-feira, 28/3, sendo que as pautas da paralisação foram adotadas em conjunto com os engenheiros agrônomos do órgão, filiados à Assinagro. “O esforço de unificar as ações das duas categorias de dentro do INCRA parte do pressuposto que poucos avanços se alcançaram quando sem unidade”, afirma Geovane Grangeiro, diretor regional Cnasi Norte. No entanto, a manifestação no Amapá, desta vez, foi diferente. Em vez de cruzarem os braços apenas, os servidores decidiram discutir questões de interesse do órgão e da sociedade. Reunidos no auditório, eles discutiram sobre as novas medidas de implementação de manejo florestal nos assentamentos e o combate à extração ilegal de madeira. Também estivem presentes nas atividades os servidores da Delegacia do MDA e a superintendente do Incra, Neiva Nunes.
Na Superintendência Regional do Incra no Sul do Pará, sediada em Marabá, a paralisação foi total, sendo que nem mesmo os veículos da autarquia deixaram o pátio do prédio para atividades externas. Todos os servidores aderiram ao movimento 
de paralisação por considerarem que o momento é apropriado e existem possibilidades reais de conseguir ganhos para a categoria, nas negociações com o governo.
No Paraná, a adesão ao movimento ultrapassou 85% dos servidores, sendo que houve a participação de lideranças dos quilombolas e do MST. No decorrer do dia, diversos órgãos da imprensa do Estado compareceram, inclusive três canais de televisão e rádios locais, divulgando notas sobre a reivindicação dos servidores, fazendo entrevistas e transmissão radiofônica ao vivo sobre o movimento.
Em Minas Gerais pouco mais de 30 porcento dos servidores aderiram ao movimento de paralisação. Durante a manhã, foi feita uma apresentação de como está a política salarial para os servidores do Incra desde 2004 e qual foi esta política para os outros servidores do governo federal, até 2011. Foi mostrado também aos participantes o impacto da inflação no poder
de compra do salário dos servidores e uma projeção de como deveria ser a remuneração no Incra se fosse feito pelo menos uma correção com perdas da inflação.
Na Superintendência Regional do Incra em Pernambuco, com sede em Recife, houve uma boa participação dos servidores no movimento de paralisação. Carro de som animou os participantes, que fizeram discursos e defesas de fortalecimento do Incra, bem como melhorias nos padrões remunerativos de seus servidores.
Em Goiás, houve a mobilização na entrada da Superintendência Regional, com participação conjunta de integrantes da Assinagro e pessoal do MDA. O movimento foi muito bom, segundo a direção da Assincra/GO.
Na Sede do Incra, em Brasília, o dia começou com um café da manhã no térreo do prédio. Em seguida, falas e discursos destacaram os problemas estruturais pelos quais passa o Incra, bem como as possíveis soluções. A melhoria dos padrões remunerativos, tendo com referência o MAPA, foi amplamente defendida pelos participantes. Após o evento, os profissionais foram à Esplanada dos Ministérios, onde houve uma marcha organizada pelas 31 entidades nacionais, como a Condsef, para pressionar o governo a atender as reivindicações dos servidores públicos federais.
Em Tocantins a paralisação dos técnicos, analistas e agrônomos obteve ampla adesão dos profissionais do Incra, sendo que os servidores se reuniram no auditório da Superintendência para discutir a pauta de reivindicação e se posicionarem em relação ao momento político e a conjuntura para a negociação com o governo. Integrantes da Assincra/TO, Sindsep/TO e Condsef participaram das atividades, onde apresentaram posicionamentos e esclareceram dúvidas dos presentes.
Na Superintendência do Incra no Pará, com Sede em Belém, um temporal atrapalhou a mobilização, ficando os servidores obrigados manterem-se nas dependências da regional. Lideranças até que tentaram manter o pessoal em mobilização na frente do prédio, mas o volume de chuvas durante todo o dia tornou a missão impossível. No entanto, os servidores se comprometeram a participar das próximas atividades.
Até Unidades Avançadas (UA) do Incra participaram das mobilizações na data. Esse é o caso da UA de Imperatriz, no Maranhão, onde servidores repassaram e-mails para colegas e fizeram discussões sobre o momento. Um documento está sendo confeccionado pelos servidores da UA de Imperatriz denunciando as dificuldades dos profissionais lá lotados e propondo soluções a problemas existentes. Esse documento será divulgado pela Cnasi em breve.
Em outras superintendências e unidades avançadas houve discussões, repasse de conteúdos eletrônicos, esclarecimentos de dúvidas por colegas que acompanham as negociações com mais interesse. No geral, os servidores do Incra estão dispostos a aderir aos movimentos de paralisação e até greve, a depender do nível de evolução da negociação remunerativa com o governo. Outras atividades de mobilização e paralisação estão sendo programadas para este mês de abril de 2012.
Mobilizações
Antes de 28 de março, servidores de algumas superintendências anteciparam mobilizações e paralisações. Exemplo disso é Pernambuco, que paralisou no período de 12 a 16 de março de 2012 e Marabá com suas unidades avançadas que paralisaram dia 20 de março de 2012. Também no dia 15 de março de 2012 boa parte dos servidores do Incra em todo o Brasil participaram do Dia Nacional de Lutas, com mobilizações e paralisações - destaque para Pernambuco, Rondônia e Pará.
Uma greve geral – com a participação de entidades e servidores dos três poderes –, está programa para a segunda quinzena de abril de 2012, caso o governo continue com a postura de protelação do atendimento das reivindicações.
Até o momento o governo decidiu receber para negociar apenas a centrais sindicais e entidades de representação nacional, como Condsef. Mesmo assim, as diretorias da Cnasi, Assinagro e AsseMDA mantiveram contato com Condsef para que essa agende com o MPOG uma reunião em trate especificamente das reivindicações dos servidores do Incra e MDA. Até agora não houve a confirmação de tal reunião por meio do MPOG.
Evento midiático
Diversas reportagens Brasil a fora foram veiculadas pela imprensa sobre a paralisação dos servidores do Incra. Confira algumas destas nos links abaixo:
Servidores do Incra fazem paralisação
http://www2.oparana.com.br/cidades/servidores-do-incra-fazem-paralizacao-11196/
Servidores do Incra promovem paralisação
http://www.diariodoscampos.com.br/cidades/servidores-do-incra-promovem-paralisacao-55137/
Funcionários do Incra em Manaus não aderiram à paralisação
http://www.emtempo.com.br/editorias/dia-a-dia/9769.html
Paralisação no Incra
http://www.rondoniaovivo.com/noticias/coluna-do-servidor-por-carlos-terceiro/86168
Servidores do Incra cruzam os braços e fazem protesto em Curitiba
SERVIDORES DO INCRA PROTESTAM POR EQUIPARACAO SALARIAL
Funcionários do Incra fazem paralisação por equiparação salarial
Paralisação no Incra
http://nahoraonline.com.br/lendo.asp?id=8698
Funcionários do Incra fazem paralisação por equiparação salarial
http://www.dci.com.br/funcionarios-do-incra-fazem-paralisacao-por-equiparacao-salarial-id287978.html
Fonte: Ascom Cnasi
